Nascido em 9 de
março de 1943, Robert James Fischer era filho de um pai alemão e uma mãe suíça,
mas neutralizada como norte-americana. Fischer começou a demonstrar interesse
ao xadrez desde cedo, aprendeu com sua irmã mais velha Joan e não demorou muito
para se destacar no esporte.
Aos 13 anos de idade, ficou conhecido por vencer a “Partida do Século”, ou “Match do Século”, disputada em 17 de
outubro de 1956 contra o enxadrista Donald Byrne. Segundo o site “chess.com”, a
partida ocorreu durante o Torneio
Rosenwald Memorial, disputado no Marshall Chess Club na cidade de Nova
Iorque.
Aos 15 anos de idade, Fischer ganhou o título de Grande Mestre do xadrez, sendo a
pessoa mais nova do mundo a ganhar esse cargo. Os jogadores de xadrez se
diferenciam por níveis de rating,
uma espécie de pontuação, e a cada quantia de rating você pode ganhar um cargo. O cargo de um Grande Mestre é o mais alto, e o mais
disputado, de todos.
Aos 20 anos de idade, Fischer venceu o Campeonato dos Estados Unidos de 1963 e de 1964. Ele ganha o
campeonato com uma pontuação nunca vista antes, sendo a pontuação mais perfeita
de todas as edições que foi de 11/11.
No ano de 1970, com seus 27 anos, Bobby Fischer venceu o Torneio Interzonal, com 20 partidas
ganhas sucessivamente. E no ano seguinte, em 1971, Fischer se torna o primeiro
jogador a ser o número 1 do ranking da FIDE (Federação Internacional de
Xadrez).
Apesar de ser um excelente jogador, Bobby Fischer tinha uma
personalidade e pensamentos não muito compreendidas pelas pessoas. Sua vida era
muito reclusa e não gostava de se vender à imprensa. Um bom exemplo disso, foi
quando ele ganhou o torneio contra Boris
Spassky da União Soviética no auge da Guerra Fria.
Boris Spassky era o campeão mundial no ano de 1972. Em plena
Guerra Fria, onde existia uma grande rivalidade entre as superpotências dos Estados Unidos e União Soviética. Entre essas disputas, em quem se destacava melhor,
entraram os torneios de xadrez.
A União Soviética estava vendo todo o sucesso que Fischer
estava fazendo, e seu único objetivo era parar com toda essa onda de vitórias.
E foi com essa ideia que houve o convite para o americano Fischer disputasse contra o soviético Spassky, em um campeonato valendo o título de campeão mundial de xadrez.
O Campeonato Mundial
de Xadrez de 1972, tinha como grande atração o confronto de Spassky contra
Fischer. Mas planejar tudo, não foi nada fácil. De início, Fischer impôs muitas
regras para que esse torneio acontecesse. Ele exigia que o prêmio fosse melhor,
pois achava que não era condizente com o que ele queria, e há boatos de que um
inglês chegou a depositar um dinheiro muito alto para a época, em torno de 100 mil dólares.
Fischer também implicava com coisas muito simples, como a
iluminação do palco, o barulho das pessoas durante o jogo entre outras
condições. Apesar de tudo, o campeonato ocorreu e sua primeira partida teve a vitória de Spassky, por desistência de Fischer em meio ao jogo.
Uma partida que merece destaque deste torneio, é a 13º partida disputada. Mas antes é
melhor entender o contexto do placar de ambos dos jogadores. Depois da 12º
partida, o placar estava com 3 vitórias para Spassky e 5 vitórias para Bobby Fischer
com as demais partidas empatadas.
O preparo para a 13º
partida foi muito intenso para ambos os lados. De um lado Bobby Fischer
treinava sozinho estudando possíveis movimentos em seu quarto de hotel,
enquanto do outro lado, Spassky tinha uma equipe muito grande estudando
possíveis movimentos que Fischer poderia efetuar. Bobby Fischer passou horas
estudando e quase não dormiu para o próximo jogo.
E assim foi disputada a partida, para ver quem iria
desempatar o placar. Depois de muito tempo de jogo, Spassky estende sua mão
para Fischer. De início, todos pensaram que era mais um empate, Fischer sai
tranquilo do local, pega seu carro e vai para o hotel, enquanto Spassky ficou
sentado observando o tabuleiro.
A equipe da União Soviética fica preocupada e resolve
analisar o tabuleiro também. E mesmo com toda aquela equipe, nenhum estudo
conseguiu prever os movimentos de Fischer, e chegaram à conclusão de que ele
havia ganhado mais um jogo.
E a partir deste jogo, Spassky não conseguiu ganhar mais
nenhuma outra partida durante o Campeonato. Spassky conseguiu empatar outros
jogos, mas não levou mais nenhuma vitória. Assim, depois de 21 partidas
jogadas, Fischer ganha o Campeonato e se torna o novo Campeão Mundial de xadrez
do mundo.
Sua vida após o Campeonato
Como mencionado anteriormente, Fischer tinha uma
personalidade muito peculiar, e quando venceu o Campeonato, a mídia “caiu” em
cima dele. Derrotar um soviético em plena Guerra Fria foi muito importante para
a época, mas Fischer não queria “se vender”. Estima-se que ele perdeu muito
dinheiro por recusar-se a fazer propagandas ou aparições na imprensa, fato esse
que muitas pessoas o julgavam de “doente mental”.
Apesar deste grande Campeonato e a vitória do novo título
mundial, Fischer não defendeu seu título com todas suas forças. No ano de 1975, iria ocorrer um novo Campeonato
para disputar o título mundial, seria o confronto entre Bobby Fischer e Anatoly
Karpov. Mas isso não ocorreu, Fischer não queria disputar contra Anatoly e se
recusou em jogar contra ele, dando o título de campeão mundial para Karpov.
Depois dessa escolha, Fischer tornou-se mais recluso e
começou a deixar de jogar com muita frequência. Sumiu da mídia, mas continuou
jogando contra outros enxadristas.
Somente no ano de 2004, Bobby Fischer voltou a ser comentado pela imprensa por ser preso no Japão por utilizar de um
passaporte ilegal, revogado pelo governo dos Estados Unidos. Como forma de
“abrigar” Fischer, o governo islandês ofereceu um passaporte permitindo-o viver
na Islândia até sua morte.
No dia 17 de janeiro de 2008, aos 64 anos de
idade, Fischer acaba falecendo e deixando sua história pelo mundo e servindo de
grande referência com seus pensamentos no xadrez.
1- No ano de 1967, foi realizado o Interzonal na Tunísia, onde reúnem grandes jogadores de xadrez para se confrontar. Bobby Fischer liderava no campeonato, mas abandonou a competição por questões religiosas.
(Fonte: rafaelleitao.com)
2- Fischer chegou a lançar vários
livros durante sua carreira como enxadrista, sendo eles:
Lançado em 1969
“Jogos de xadrez de Bobby Fischer”
Lançado em 1959; (edição em inglês)
(Edição em inglês)
3- No
dia 12 de abril de 1964, foi feito um jogo de Bobby Fischer contra 50 pessoas
simultaneamente. Esse fato ocorreu no hotel Knickerbocker, em Hollywood e ele
ganhou da maioria dos presentes na sala. Sendo 47 partidas ganhas, empatou 2
partidas e perdeu somente uma partida- para Donn Rogosin.
(Fonte: hypeness.com.br)
2- “1.e4 – The best by test” (1.e4 – Melhor pelo teste)
3- “Tudo o que interessa no tabuleiro são os bons lances”
5- “Existem jogadores duros e caras simpáticos, e eu sou um
jogador duro.”
6- “Os meus oponentes também fazem lances bons. Por vezes
eu não tomo essas coisas em consideração”
7- “Eu não acredito em psicologia, eu acredito em bons
lances”
8- “Eu me preparo bem. Eu sei o que posso fazer antes de eu
entrar. Estou sempre confiante”
9- “Seu corpo tem que estar em ótimas condições. Seu xadrez
se deteriora como seu corpo faz. Você não pode separar o corpo da mente”
10- “Em um jogo
definido, Morphy venceria hoje qualquer um. No xadrez, Morphy foi provavelmente
o maior gênio dentre todos”
Fontes para a realização desta matéria:
Como grande parte deste conteúdo foi retirado de outras
fontes, nada mais justo que deixar seus créditos:
1- Wikipedia
2- [Youtube] XadrezBrasil
3- Citacoes.in
4- Chess.com
5- Mundodek.com
7- Amazon.com
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